Você sabia que o champanha, champanhe ou ainda champanhota, por se tratar de um vinho, é uma palavra do gênero masculino? Essa bebida é tão nobre, elegante e romântica por excelência, que sua descoberta foi considerada uma dádiva derramada pelas estrelas.
Em meados do século XVII, na bela região francesa de Champagne, um abade de nome Dom Pierre Perignon foi indicado para ser mestre de adega em um mosteiro situado entre as colinas de Rheims.
Naquela época, ao clero pertencia o monopólio dos vinhedos e o beneditino culto e de família burguesa, zeloso em suas experiências com as uvas, estava às voltas com a tentativa de melhorar a qualidade do vinho da abadia de Hautvillers. Durante a segunda fermentação, resolveu adicionar a fórmula tradicional, fabricada com uvas Pinot Noir e Chardonay, um xarope açucarado, mais leveduras e algumas gotas da porção mágica ditada para eles por seus anjos da guarda. Ao engarrafar o novo experimento, o frade resolveu trocar as rolhas que até então eram feitas de madeiras e envoltas por um pano oleoso, por outras mais firmes, feitas de cortiça. Segundo ele, a cortiça conservaria o vinho frisante e impediria que o líquido vaporizasse. E o milagre aconteceu! Ao provar o vinho espumante que acabara de elaborar, Dom Perignon considerou estar bebendo estrelas. E foi assim que, nessa região maravilhosa, nasceu o vinho que recebeu o seu próprio nome: Champagne.
A notícia de sua criação correu mundo afora e, por onde passava, seus provadores o consideravam um vinho divino e aguçador do amor. Assim, o vinho de Champagne tornou-se logo uma bebida da nobreza.
Os reis começaram a encomendar às maisons vinhos de Champagne especiais para suas cortes, como foi o caso do vinho Louis Roederer Cristal, feito sob encomenda para o czar da Rússia. Os champanhes foram engarrafados em cristal da Boêmia, incolor e com rótulo dourado.
A literatura conta várias lendas sobre o copo para servir o champanhe, que teria sido um invento especial para um líquido ainda mais especial. Uma das versões é a de que a primeira taça foi moldada no seio esquerdo da rainha Maria Antonieta, da França. Porém, há registros lendários de que a invenção dessa primeira taça precede em séculos o invento da própria bebida. Ela teria sido feita em metal a partir de um molde de cera tirado dos seios de Helena de Tróia.
A seguir, anote algumas dicas importantes para lidar com este precioso líquido:
Para abrir a garrafa, retire primeiro o papel que envolve a gaiola de arame. Tome cuidado para não retirar o rótulo do gargalo. Desprenda com cuidado o arame, segurando a rolha para evitar o estouro. Para retirar a rolha, segure-a com uma das mãos e, com a outra, gire a garrafa em sentido contrário, até que ela saia.
O estouro só deve ocorrer grandes comemorações. Ele provoca a liberação de anidrido carbônico, o que ocasiona a perda da persistência da bebida e o charme das borbulhas;
Sirva o champanhe a uma temperatura entre 6 e 8 graus, derramando primeiro um pouco do líquido no fundo do copo e, somente após alguns segundos, complete a taça;
O copo ideal é o do tipo flûte, por ter o formato alongado e a borda estreita, ajuda a conservar por mais tempo as pequenas borbulhas - perlage (de perle, pérola em francês). Na falta deste, sirva-o em taça para vinho branco;
Ao beber, segure a taça pela haste, evitando assim alterar a sua temperatura;
Conserve a garrafa em um elegante balde Ou champanheira com gelo, durante o serviço de mesa.
Esse vinho, desde que seja seco (brut), pode acompanhar uma refeição do início ao final. Para a sobremesa, o ideal é que seja do tipo demi-sec, que contém mais teor de açúcar.
Pode ser servido a qualquer hora do dia ou da noite.
Os drinques especiais elaboradores com champanhe e frutas, agradam a todos os convidados e serão a sensação de sua festa. Como o champanhe é uma bebida de custo muito alto, substitua-o nos drinques por vinhos espumantes ou frisantes (italiano, espanhol ou brasileiro). Claro, isso se seu poder aquisitivo não o permitir adquirir o parente francês, somente elaborado na região de Champagne.
O champanhe é considerado ideal para acompanhar os momentos românticos, pois dizem que é a única bebida que depois de ser consumida deixa as mulheres ainda mais bonitas e sensuais. Nessas ocasiões, mergulhe na taça um ou dois morangos bem selecionados e obterá um efeito bonito e cheio de charme. Sirva-o com bombons, também de morangos ou com trufas.
Não incline a taça de champagne ao servir (ou ser servido).
O champagne se bebe aos bocadinhos para que não perca sua efervescência mágica e para que seja bebido ainda gelado;
O brinde é feito à hora da sobremesa com champanhe, vinhos ou cerveja. Não se brinda com uísque. É apenas um toque dos copos, mas também se usa dizer tintin, expressão oriental de bons augúrios. Erguer levemente o copo é uma maneira de se esboçar um brinde, muitas vezes mais elegantes que aquele confuso tilintar de copos.
Brinde todos os momentos especiais com essa glamourosa bebida e se sentirá sempre uma estrela.