A cidade está localizada entre as montanhas da Serra da Moeda, na região centro oeste de Minas Gerais. É a sétima mais antiga do estado: foi fundada há 290 anos. O vilarejo povoado por bandeirantes paulistas cresceu e ganhou nome de vila de Nossa Senhora da Piedade de Pitangui.
As lembranças do ciclo do ouro em Pitangui ainda são muito fortes. Não só nas igrejas e nos casarios coloniais de janelas imponentes que registram a grandeza de uma época, mas também na descendência da população negra remanescente dos escravos. Historiadores contam que a cidade era dominada por duas fazendeiras. Para os descendentes dos escravos, cada caso está sempre na memória.
As mulheres, descendentes de escravos, eram ótimas cozinheiras. Alguns pratos são famosos até hoje, não só pelo sabor, mas pela história. É o caso da sopa da muher parida. Antigamente, as sinhás tinham as filhas nas fazendas e, para recuperar a energia perdida no parto, precisavam de uma alimentação bem forte. Era aí que entrava em cena a sopa. Dona Angelina Guedes nos ensinou a preparar a sopa. Num fogão à lenha, ela põe a panela de ferro e usa apenas a gordura da galinha. Aí, joga a galinha aos poucos e refoga bem os pedaços. Depois, coloca a água para cozinhar. Agora, aguarda o cozimento, que demora duas horas. A sopa é preparada fora do fogo, mas com a panela fervendo. Farinha de milho, caldo e alguns pedaços mais magros de frango são usados na sopa. Ela coloca, então, salsinha e cebolinha a gosto.
Esse prato é ideal para dias mais frios, pois deve ser consumido quente.
Antes e depois do parto, todas as mulheres aprovam.